A proposta de
prolongar a vida das pessoas é coerente desde que seja consolidada com a
promessa de desfrutar melhor qualidade de vida neste período de sobrevida que
cada indivíduo receberá. Porém, o que se vê é a rejeição, o desrespeito e a
exclusão social dos indivíduos da melhoridade.
Torna-se necessário aproveitarmos o
momento propício em que nos encontramos, pois a maior produção mundial de
alimentos, os avanços da ciência e medicina, a evolução tecnológica são
norteadores do aumento paulatino da expectativa de vida dos seres humanos.
Os
estudos também têm nos mostrado que os idosos não perdem sua capacidade
funcional se preparados com atividades físicas e mentais.
É necessário que estas atividades
sejam observadas com certos critérios, pois atualmente elas são aplicadas com
pouco ou quase nenhum controle na maior parte das instituições assistenciais,
academias de ginástica e outras entidades.
Em pesquisa que realizamos tivemos a
oportunidade de observar que o maior número de idosos praticantes de exercícios
físicos em Goiânia, capital de Goiás, eram mulheres. Nas instituições
assistenciais a atividade física mais praticada por elas é a dança de salão
(não podemos esquecer o perfil social e lúdico que esta atividade folclórica
representa para este público), nas academias de ginástica a mais praticada é a
hidroginástica (este número é bem representado pelas indicações médicas)
enquanto que possuímos um grupo de autores que confirmam em seus estudos que o
treinamento contra resistência (muito conhecido por todos nós como musculação)
é o mais eficiente e seguro para esta faixa etária.
Procuramos por alguns testes
validados cientificamente e nos decidimos por aplicar o teste “sentar/levantar”
de LIRA e ARAÚJO, visto que esta atividade de vida diária requer muito mais
força, equilíbrio e destreza que grande parte das outras atividades executadas
durante o dia pelo idoso. A parte dos resultados em que a musculação superou os
outros grupos não nos impressionou, porém a situação dos grupos de dança de salão
e hidroginástica superarem muito discretamente o grupo de mulheres sedentárias
nos chamou a atenção para o fato de que talvez fosse a hora de estudarmos
melhor a indicação de certas atividades físicas para os idosos.
É importante salientar que, muitas
das vezes, o idoso não necessita somente de força, equilíbrio, resistência e
destreza, mas também de carinho, atenção, cuidados, lazer e contato social, autoestima, o que muitas outras atividades podem colaborar muito nestes
aspectos.
Cabe a nós, profissionais da saúde,
nos organizarmos para melhor receitar estas atividades físicas. Investigando
melhor o estado de saúde física e mental em que se encontra o idoso, seu nível
de dependência, suas necessidades, seus anseios, seus temores, para assim, melhor
estruturarmos programas de saúde com equipes interdisciplinares que sejam
verdadeiramente dedicados aos nossos idosos.
O exercício físico é como um
medicamento que deve ser administrado em doses adequadas para cada indivíduo e
cada organismo possui uma resposta diferente ao exercício (chamamos de
individualidade biológica). Assim, cada pessoa tem um tipo de exercício na
quantidade semanal mais indicada para as suas necessidades. Nada de excessos!
Se na medicina existe a “overdose”, na educação física existe o “overuse”
(lesões por uso excessivo).
Como uma previdência, os programas
de saúde deveriam ser programados para preparar e qualificar estes indivíduos
visando a inclusão social e não exclusão dos que alcançassem esta faixa etária.
Para que o idoso não seja mais candidato a prêmios como traumas, doenças,
fragilidade, isolamento familiar e social, institucionalização e esquecimento,
sofrimento e óbito.
Vejo
como é importante o papel dos geriatras e gerontólogos no resgate do importante
papel do idoso em nossa sociedade, melhorando as relações pessoais e
profissionais com suas ações e exemplos.
Imagine-se bem velhinho. Como poderá
garantir seu futuro se não se preparar para sua velhice?
Então façamos já a nossa pequena parcela neste processo de resgate de valores. Se cada um de nós fizer o pouco que nos cabe, já será o bastante para vivermos com a garantia de um futuro melhor.
matéria publicada na revista Flora Mulher, revista digital Flash UCG e blog Incluindo Valores
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